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domingo, 28 de agosto de 2011

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Há quem goste de fechar os olhos e engolir a seco a dor que se sente quando ainda existem aqueles que preferem gritar alto. São linhas paralelas, o silêncio e o barulho. Ambos causam agonias, causam dores. Digo isso por experiência própria. Nos últimos dias oscilei entre lágrimas e sorrisos tortos. Não houve entrega em nenhum dos dois e para ser franca, é isso o que me dói. Ainda sou menina que brilha os olhos quando se depara com uma rosa delicada, e ainda tenho medo da dor. Paro assustada em um canto quieto e tento colocar meus pensamentos em ordem, assim como faço com todos aqueles livros sobre a prateleira. Mas não é assim tão fácil. Essa coisa de arrumar não serve quando se trata de sentimentos ou devaneios. Inteira estive apenas com meu corpo. De pé, fisicamente. Quando o coração estava em pedaços procurando algo que o concertasse. Lembrei que não há nada que dê jeito nessas feridas do coração. O tempo, talvez. Acreditei que o tic tac do relógio andava soando ao meu favor. Deixando os dias passarem, levando consigo as desilusões. Andei enganada. Hoje o tempo corre e tem pressa. Não espera para que eu possa me olhar no espelho e colocar cada fio de cabelo no lugar. O tempo atropela. Mas o tempo também leva embora quando há calma. Vê a contradição dessa vida? Até quando é sereno há bagunça. Até quando tudo é silêncio ainda há barulho. São as voltas que essa vida dá. Passamos por tantas esquinas atraentes que acabamos nos perdendo entre uma viela ou outra. Não me interessa mais esses encontros e desencontros. Quero saber da entrega, do inteiro. Dispenso meus sorrisos tortos ou minhas lágrimas covardes. Que seja de verdade. Que seja para sentir.

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